quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um olhar de Dali ou o meu sobre ele?!?!


Bom dia, alunos!


Estou retomando as postagens e atualizando arquivos que vocês lerão em breve como parte do material didático (que está uma gracinha, diga-se de passagem!) que preparei para meu retorno à sala de aula .

Separei em partes o texto da Aula Inaugural, que passo a postar de hoje em diante. Acompanhem e comentem, ok? bjs a todos

Aula Inaugural - parte I
LEITURA DE OBRA DE ARTE

DESCRIÇÃO

Trata-se de uma pintura óleo sobre tela, logo a obra é bidimensional (altura e comprimento), assimétrica por não apresentar lados iguais na divisão da tela ao meio; e figurativa em uma linha naturalista por representar o humano e a natureza (embora o pintor venha a ser surrealista).
O artista retrata uma cena sem interferir de forma surrealista, como em obras suas mundialmente conhecidas.
É possível identificar o interior de um ambiente arquitetônico reduzido a uma parede em alvenaria com piso e janela de madeira onde percebemos textura (rústico/aspereza). Observando o modelo da janela, a largura das tábuas do piso, a espessura e pé direito da parede podemos dizer que não se trata de uma construção moderna.
O ambiente é estruturado com uma linha reta horizontal que divide a parede em cor fria (violeta) e opõe-se ao piso quente (amarelo ocre) na parte inferior da tela, representando tábuas largas constituídas a partir da repetição de linhas retas paralelas em diagonais bem proporcionais dando assim uma leve perspectiva apenas para sustentar o corpo da moça.
Mesmo com o uso de poucas cores, a obra constitui-se policromática, fazendo uso de cores frias e quentes (primárias: amarelo, azul; secundária: roxo e terciária: marrom) com variações de tonalidades que vão do grave ao agudo a partir de misturas do branco em maior proporção (azul claro e violeta) e por vez ou outra o preto (amarelo ocre, e cinza) causando efeitos de claro/escuro (luz e sombra), além de proporcionar imensa luminosidade a obra e sensações de volume (roupas, pernas, cabelo, rocha, espessura da parede e janela).[1]
Sem nenhum mobiliário, apenas o corpo de uma moça na janela une os planos da composição, que são três de forma bem definida; sendo possível ainda subdividir o fundo em três menores planos que constituem o fundo da obra em uma paisagem predominantemente clara. Com esta subdivisão os planos somam cinco.
Nesta paisagem percebemos apenas uma imensidão de água e céu, não sendo possível, afirmar se tratar de um rio ou mar requerendo uma breve pesquisa, para somente após afirmar se tratar de um rio de Barcelona. Nela o horizonte é marcado com uma estreita faixa que divide céu e água (formando dois retângulos em tons de azul claro) com linha reta horizontal e diagonal formando uma barreira ou passarela para o rio, rochas com devido volume e textura além de casarios em tonalidade de cinza o preto e branco. Uma discreta perspectiva conduz o nosso olhar a um ponto de fuga bem ao centro da paisagem, reforçado pelo posicionamento quase imperceptível e diagonal do pequeno barco de vela branca.
Uma enorme janela retangular de madeira com cinco lâminas de vidro de lisa textura se encontra aberta para o lado de dentro em perspectiva reflete a paisagem ocupando quase todo espaço superior e central da tela. Sendo ainda três lados da janela (superior/laterais) contornados por uma cortina aberta com listras verticais em tons de azul saindo do teto com leveza e transparência sem porém balançar ao vento que parece o ar estar parado.
A moça em pé, de costas, debruçada sobre a janela não permite descrições e análises de sua face. Porém, seu corpo farto, de curvas realçadas pelo uso de saia até o joelho colada ao quadril, blusa até o quadril com manga curta em tons de azul claro e branco em listras verticais mais largas que as da cortina em tecido aparentemente mole e leve está em contraste com a pele bronzeada das pernas e com os sapatos claros e baixos como sapatilha. Tal descrição pode indicar não se tratar de uma adolescente até pelo fato de na outra extremidade do parapeito da janela (canto inferior esquerdo) se encontra um pano branco (pano de prato) largado como se aguardasse um afazer qualquer. Seu cabelo volumoso e cacheado nas pontas em espirais (como caramujos) encontram-se soltos, a coloração dos fios versam em preto branco e cinza em comprimento até os ombros. Seu corpo posicionado entre o meio e a direita da janela é sustentado com apoio sobre o pé esquerdo apenas a ponta do pé direito, onde podemos ver o solado do sapato. Com leve inclinação para frente apóia os dois braços sobre o parapeito largo da janela onde debruçada contempla a paisagem.
É possível ver sua assinatura e data no canto inferior a direita da tela sobre a parede.

[1] Observe-se para esta análise o livro Vida e Obra de Dali, o qual consta das referências ao final do texto e que pode divergir das cores visualizadas na imagem sugerida e retirada da internet.

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